e a culpa é de quem, se é que existe culpa…

não é saudosismo, entendam. mas eu lembro bem dos anos 90, lembro bem dos shows que aconteciam aqui em Fortaleza. e lembro que o público ia sim pros shows de bandas daqui. até no começo dos anos 2000, quando o pessoal começou um projeto aos domingos numa casa de pagode chamada Boteco Show lá na Bezerra de Menezes, eu lembro que o público ficava acima de 50 pagantes. e olha, com diversos problemas de divulgação e sem os instrumentos que temos hoje, como Twitter e Facebook. lembro que o lançamento do No More Dancing Days, da Dead Poets e Velouria, lotou o Pirata (sim, o Pirata!) em 1998.

corta pros nossos dias. hoje, nem mesmo trazendo um Guizado, Curumim ou Variant você consegue encher sua casa. o pessoal prefere ir para o Samba do Amici’s, escutar um desfile de músicas inéditas (tá, ironia, eu sei). e são caras que tem muito material disponível na internet, estão constantemente na mídia, aparecem em programas de televisão e tudo mais. acho que o maior público pagante desses shows (e eu fui produtor de dois deles) foi em torno de 180 pessoas. imagina aí que tem pagar passagem, alimentação, traslado, hospedagem e tudo mais? fora cachê!

falo deles agora pra perguntar se o problema são realmente as bandas. ou será que a internet diminuiu a curiosidade e aumentou a preguiça do público? posso dar outro exemplo que eu acho muito curioso? Cidadão Instigado. a banda, quando ainda residente aqui, não tinha 1/4 do público que possui atualmente. precisou ser vista de fora pra ser “entendida” por aqui.

e aí o público realmente ficou desapontado com a qualidade das bandas daqui. putz, não nego isto. mas sei lá, até 2003 nós conseguíamos colocar 300 pessoas no Ritz Café pro lançamento do clipe da 69% Love junto com a DaCapo. será que foram anos assim tão trágicos estes últimos? que hoje em dia parece inacreditável que uma banda autoral cearense coloque o mesmo público em qualquer lugar em Fortaleza sem que a entrada seja 0800?

comenta aí, pessoal, que eu juro que estou buscando uma resposta ainda. pode ser que a discussão já seja um indício de possível mudança. ou não, como diria Caetano 🙂

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